quinta-feira, 10 de março de 2016

De mochila no deserto do Chile

Com meus próximos dias livres, vêm grandes planejamentos para fazer. O tempo é curto, já que não eram férias planejadas. E quem vai reclamar de barriga cheia? Menos de duas semanas para escolher destino, transporte, estadia... E juntar dinheiro para pagar tudo isso.

Viajar foi uma escolha de vida. Enquanto meus colegas de trabalho se preocupam em comprar o novo carro da moda no final do ano, me contento em ir trabalhar de bicicleta. Eles vão para um lado gastando dinheiro com marcas de luxo e cirurgias desnecessárias. Ou prefiro economizar enquanto posso e me aceitar do jeito que sou.

Dessa vez o período não me ajudou a fazer minha tão esperada viagem a América do Norte. Com o dólar em alta, poucos dias para me planejar e uma conta bancária nada preparada para uma viagem tão longa, a América do Sul é o mais longe que posso pensar.

Os vários meses focados no trabalho e sem viajar a passeio me derem a oportunidade de usar o meu cartão de crédito para tudo e acumular vários pontos, que transferi para o programa de fidelidade que cobrava a menor taxa, e assim consegui uma passagem para o Chile sem grandes esforços. O destino não Santiago ou seus arredores, com os bons restaurantes e museus belíssimos, mas o extremo norte, deserto adentro. Nunca me aventurei por um ambiente tão inóspito antes, e achei que era um bom momento para colocar a mochila nas costas e conhecer um novo mundo.

Dessa vez, procurei uma empresa diferente para vender o que sobrou das minhas milhas, buscando um preço melhor e um pagamento mais rápido, já que não tinha muitos dias para esperar e teria outros gastos da viagem com o qual arcar. Por meio de um fórum de discussão sobre o tema de venda de milhas e toda a sua polêmica desnecessária (como pode ser ilegal vender algo que me pertence?), encontrei a Elomilhas (www.elomilhas.com.br), que tem a proposta de pagar antecipadamente e ofereceu um bom preço.

Tenho que dizer: viajar de surpresa, para um lugar surpreendente, é a melhor saída para a tranquilidade. Essa é minha forma de felicidade, conhecer um lugar completamente novo e me aventurar da maneira que posso. Dessa vez até levei meu marido, que conseguiu pedir uns dias de folga, e assim descobri que o deserto também pode ser bem romântico. Foi uma viagem curta, mas emocionante em cada passo.

Mochileira de Marte (pega de surpresa, mas maravilhada com o mundo).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

De mochila pelo Nordeste


Para quem planeja viajar, escolher o destino é a parte mais difícil. Tantos lugares no mundo para conhecer... Praia, campo, cidade... Para começar a jornada, com minha mochila nas costas, decidi caminhar por onde tivesse condições de pagar, sem ter que desembolsar uma fortuna só pela passagem. Brasil. Porque correr para o mundo lá fora se o meu país é um mundo sozinho ele mesmo? Mesmo decidindo o país, ainda tinha muitas escolhas para fazer. Que estado? Que paisagem? De ônibus ou de avião?

Para quem quer passar por toda a experiência de viajar pelo mundo, o ritual de embarcar num avião é imprescindível. Assim, escolhi o Nordeste e suas praias paradisíacas, de água cristalina e pequenas cidades turísticas. Lembrei de uma vez, quando entrei num site de viagens e li sobre uma praia, no litoral do Rio Grande do Norte, que tinha a sua própria igreja de surfistas.

Pipa, a cidade turística de Tibau do Sul, próxima da capital Natal. O avião seria necessário, mas não seria uma fortuna. Lembrei também de quando criei o cartão de crédito, e me informaram que poderia acumular pontos que poderiam ser transferidos para programas de fidelidade de companhias aéreas. Para minha surpresa, meus pontos acumulados eram mais do que o suficiente para comprar a passagem, e ainda sobrava bastante.

Me inscrevi em um dos vários programas de fidelidade, o da companhia aérea que cobrava a passagem mais barata, e consegui marcar a viagem para o verão, com bastante antecedência, sem gastar um centavo. Peguei um ônibus saindo da rodoviária até a Praia de Pipa, que não custou muito.

O saldo da minha foi de quase R$0,00 desembolsado, pois consegui vender o restante das minhas milhas e me hospedar numa pousada com o dinheiro da venda, já que ela não estava entre as opções disponíveis pelo programa de fidelidade. Quer uma dica de uma mochileira? Acumule pontos em programas de fidelidade, seja viajando ou usando o cartão de crédito. Para quem quer visitar o mundo sem gastar uma fortuna, esses pontos podem ser a saída para economizar e ainda lucrar.

Fui à Praia dos Golfinhos, que ficam pulando no horizonte e a única passagem desaparece quando a maré sobe, à Praia do Amor, onde os casais ficam abraçadinhos vendo as ondas morrerem, à Praia do Madeiro, que tem um único acesso por uma linda trilha na encosta...

Ah, e a igreja dos surfistas? Ela existe mesmo, logo na praça central de Pipa. A cidade fica lotada de turistas durante o verão, e quase metade deles são surfistas. Entre várias lojinhas de lembrancinhas, uma casa com a entrada de vidro... E uma prancha como púlpito.

Sigo na minha jornada, carregando uma mochila cheia de histórias. Quem sabe onde vou parar na próxima?

Mochileira de Marte <3